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(des)encontros

Os ensaios dessa categoria fotográfica se debruça sobre os elos afetivos reforçados pela convivência intensa durante o confinamento social. A proposta estética para os ensaios, além de resgatar memórias de vivências familiares do período, semeia outras possibilidades de encontros afetivos por meio do fazer artístico. Ao aproximar a câmera e delimitar fragmentos imagéticos de pessoas que estão habitando conjuntamente durante a crise pandêmica, criam-se possibilidades de vínculos e narrativas, ressignificando os afetos em razão da simples coexistência.

João Saenger 

  • @joaosaenger

Por aqui

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Em casa, confinado, toda noite tem um pouco da euforia de uma sexta-feira. Também tem um tanto de paz, como os sábados. Por aqui, o peso das horas é dado pela melancolia, que tem um fim de tarde de domingo. E uma segunda-feira que custa a chegar.

Thiago Sutir & Thiago Vargas

  • @thiago_sutir
  • @thiago_photography

Submersos

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Durante a pandemia do Covid-19 em 2020, eu, Thiago Sutir e meu amigo de infância Thiago Vargas nos isolamos juntos em nossa cidade natal, Brasília. Convivemos nos últimos doze anos morando em países diferentes. Neste momento, nos deparamos com uma necessidade conjunta de se encontrar e registrar imagens que mesclam momentos de esperança, admiração futura com recordações e ideias passadas. As fotografias buscam retratar situações mediante a performance para evocar narrações no espectador. Entendemos a performance como um caminho de transição e transmutação de um estado psicológico e emocional para outro.

Heloisa Abreu

  • @heloisa.abreu_

Paredes

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Empurro as paredes

Elas parecem maiores

Elas concentram o meu mundo agora

O que é lá fora?

Lá fora é o inalcançável, o inatingível

Será só por enquanto?

Ou esse é o novo agora?

Ilana Lara

  • @ilana_lara

Valentina

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Sempre que começo a trabalhar ou estudar no computador, a minha filha pede colo, pede para passear, pede para crescer, pede para ficar adulta e trabalhar... eu paro, respiro, dou colo e aconchego. Explico sobre o vírus, o “bichinho” que tem lá fora, trabalho, escrevo, estudo, mas sempre vem o pedido final: peito! Sempre terminamos na mamada que já era para ter se findado. E assim nos conectamos e curtimos esse momento mágico que uma hora vai acabar, mas espero que tenhamos o mundo inteiro para aproveitar, sem máscara, sem pandemia.

Ayana Saito Mira

  • @saitomira

Rotinas de resguardo

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Uma fina, às vezes grossa, camada de ansiedade envelopa minha pele. Choro ao pensar que a morte insiste em ser eterna. Fiquei sem entender a graça, sacar a piada. Num poço de seriedade em que cada músculo reivindica sua própria tensão particular e associada. Me pergunto se o mundo parou. Sei que o tempo não. Contei horas, dias, cortes de unhas e de cabelo. Parei de ler notícias. Perdi massa muscular. Me afastei de amigos. Minha vida fora de casa: algoritmos. Em algum momento achei que a vida ficaria então mais pacata, mas parece que é a mesma. A diferença é que agora sento em uma única cadeira, já não me movo e não transito mais nas variações da mesma. Fico nela quase todas as minhas horas. Adoro pixels coloridos. Devaneio quando não aguento mais ouvir alto falantes. Passei a precisar de fisioterapia. O mundo passou a correr de duas formas: códigos binários ou na minha própria cabeça. 

Isabelle Araújo

  • @eusouisabellearaujo

Quarentena

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No começo da pandemia, com o isolamento social e o confinamento, a sensação era de estar criando raízes pelos lugares da casa, de tanto passar tempo nela. Com o passar do tempo, o confinamento foi virando recolhimento e as raízes que se revelaram eram internas e bem além do tempo.

Julia Prado

  • @juliapradofotografia

Por outro lado, longe é aqui

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Minha mãe é médica e trabalha em hospital. Ela nunca sai para o trabalho com a chave de casa e isso já foi motivo para várias pequenas discussões entre a gente. Hoje em dia, fico contando as horas para poder abrir a porta para ela. 

Susana Dobal

  • @sudb

Ebulição

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As gavetas estarão sempre abertas, e as portas dos armários também. Os vidros estarão sempre sem tampa e um liquidificador espalhou roupas pra todo lado. Chão e mesa se confundem, sem pudor. A toalha molhada jaz em cima da cama – claro! – desfeita, e o casaco permanecerá no sofá da sala para todo o sempre, amém. A porta do quarto está sempre fechada, dentro dele reina o caos, fora dele pipocam os rastros do caos. Cuidado para não tropeçar novamente no tênis no corredor. Sofá, mesa e cadeiras são abordados por um corpo maleável que reinventa o sentar da mesma forma que desordena os objetos. Um som alto de música pop vaza ora do banheiro, ora da cozinha, dinamizando os dias. Confinadas, atiro a zanga no olho do furacão-juventude, mas o que vem arremessado de volta é amor.

Luli Esteves

  • @lulesteves

Tudo junto e separado

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As notas do piano se juntam e formam acordes;

O espaço compartilhado da casa traz a individualidade ao coletivo;

O momento de aconchego no fim de mais um dia derrete muros e congrega;

A mensagem compartilhada no celular traz para perto quem está longe.

Na matemática da vida, 3 é igual a 1 e dividir significa somar.

Enclausurados, isolados juntos, sem escolha, sem saída, compartilhamos

espaços, momentos, mensagens, sentimentos, diversões, carinho.

Denise Moraes

  • @_denisemoraes_

Porta adentro

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Fachada, janela, porta, soleira.

Na janela, o dentro e o fora.

Abrigo, acolhimento.

Acolhimento?

De dentro, só eu sei.

Na soleira, eu e o outro.

Porta afora, o tempo passa rápido. 

Lá dentro, o tempo não passa.

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